terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A Igreja e a Corrupção

"A Igreja Evangélica Brasileira é legitimadora da corrupção porque se associa ao Poder Público sem a crítica adequada. Seus líderes sobem nos palanques políticos, impõem as mãos sobre as cabeças de gente cujo pensamento está voltado apenas para seus próprios interesses e para o crime, dá e recebe condecorações de e para gente sem a menor credencial ética para isso, cede os púlpitos a bandidos, enfim, associa-se a gente que deveria estar presa, mas que usufrui da liberdade que o seu poder lhes permite adquirir. Aqueles que deveriam ser alvo de denúncia e profetismo por parte da Igreja são seus grandes amigos e aliados."

Texto enviado por e-mail para o blog Genizah por Henrique Moraes Ziller, membro da Igreja Metodista da Asa Sul, em Brasília – DF, é Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União e Presidente do Instituto de Fiscalização e Controle. http://www.genizahvirtual.com/2009/12/igreja-evangelica-e-legitimadora-da.html

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Você se escandaliza? O Fracasso e a frustração fazem parte da minha vida!



Como reconhecer, aceitar e conviver com a realidade de que seu ministério está numa fase de retumbante fracasso? Como lidar com a dúvida e a inquietante sensação de uma vida espiritual comum e extremamente frágil? Como administrar a horrível sensação de que a realidade do pecado é mais próxima para nós mesmos do que para a maioria das pessoas que conhecemos?

Nunca imaginei que o medo, a angústia e a frustração fosse o outro lado da 'moeda'. Nestes poucos mais de vinte e cinco anos de vida cristã, cheguei à conclusão de que é medíocre e sofrível o discipulado que os líderes de nossa denominação ministram aos novos cristãos, que diuturnamente nascem e morrem aos borbotões. São modelados na crença de que o sucesso é a consequência natural dos 'chamados', e que os escolhidos sempre se destacam positivamente nas empreitadas que a eles são confiados. Para a maioria dos cristãos modernos o insucesso é um sinal mais do que claro de que algo vai muito mal na vida espiritual do indivíduo. Obviamente, comigo não foi e nem é diferente!

Fazem-nos acreditar que somos homens sem razão para ter medo, que somos verdadeiros heróis, condecorados numa guerra na qual lutaremos meramente para cumprir tabela, pois a vitória para nós já foi conquistada, entraremos em campo somente para receber os aplausos e os troféus. Não nos ensinam que as pancadas não são de brincadeira. Esquecem de dizer que os nossos inimigos são reais, e ainda que suas armas não são de mentirinha.

Como é duro conviver com uma realidade totalmente oposta, que em absolutamente nada tem nada a ver com a falácia de uma ‘chamada especial’ para uma vida inteira de vitórias e sucessos. Acha forte o que estou dizendo? Observe com atenção as letras da maioria das músicas evangélicas atuais, ou então ligue seu aparelho de televisão em qualquer programa dos tele-evangelistas atuais. Não será uma surpresa se chegar à constatação de que não são mensageiros do verdadeiro evangelho de Jesus. O evangelho que é pregado nestas músicas e pregações não fala de outra coisa senão de uma vida triunfante neste mundo.

Não fomos preparados para admitir que na vida cristã Deus possa perfeitamente conviver com nosso insucesso. Que ao nos contemplar, do alto de seu trono de justiça, santidade e glória, Ele não nos julga pelos nossos feitos ou nossas qualidades. Sua opinião ao nosso respeito não se baseia em conceitos meritocráticos.

Pela graça de Deus, alguns cristãos percebem a tempo esse engodo, engendrado pelo adversário (entenda Diabo), uma doutrina perversa absorta na cultura evangélica brasileira, principalmente nos movimentos apelidados de ‘pentecostais’, que há muito tempo perderam sua identidade e consequentemente o direito de assim ser chamados. Estes cristãos querendo realmente seguir o exemplo e as pisadas de Jesus aprendem a duras penas a aceitar a idéia de um Deus que convive com os erros e fracassos dos seus filhos. Que nunca deixou de ser santo apesar das mentirinhas de Abraão. Que jamais deixou de ser justo apesar da falta de escrúpulos de Davi. Por que será que na Bíblia Deus nunca pretendeu esconder os erros de seus servos? Por que será que hoje nós agimos irremediavelmente ao contrário?

Como é confortador crer em um Deus que encara o desafio de nos santificar pelo simples fato de ser amor em essência, e pela sua imensurável bondade e graça. Quando me coloco no lugar de pessoas como Elias, percebo que desejaria a morte muito antes do que ele. No lugar de Moisés, num lampejo de heroísmo e de justiça sem causa, não teria matado apenas um egípcio. Daquela multidão que levou uma pecadora aos pés do Mestre que escrevia no chão, com certeza, e sem medo de errar, seria um dos acusadores mais entusiasmado. 

Neste momento de doce desilusão é muito contraditório por um lado sentir a dor do fracasso, e por outro saber que isso nada mais é do que a vontade de Deus para minha vida. Então, glória seja dada ao nome do Senhor!



Jesus breve virá!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O Triunfalismo e a Teologia da Precariedade


Autor: Ricardo Quadros Gouvêa - Revista Ultimato

É normal nos enganarmos na vida (Jr 17.9) e na teologia (Jó 42.3; Rm 11.33). As igrejas cometeram enganos (At 6.1) e ainda os cometem. Olhando o quadro geral dos equívocos dos evangélicos, pergunto-me o que os causa. Talvez seja o triunfalismo, que precisa ser denunciado e contraposto a uma alternativa: uma teologia da precariedade.

Defino o triunfalismo como a crença equivocada de que, por sermos crentes em Cristo, devemos ser vitoriosos em tudo, jamais experimentando fracassos ou reconhecendo fraquezas físicas, morais, intelectuais e espirituais. Falta ao triunfalista o sentimento trágico da vida, um reconhecimento de suas limitações.

A arrogância evangélica triunfalista vai das certezas inamovíveis dos teólogos até as irreverentes demandas para com Deus. A teologia da precariedade foca nossa condição espiritual precária, intelectualidade precária, moral precária, na compreensão de que não somos chamados para ser anjos, mas humanos que andam humildes diante de Deus (Mq 6.8), sabedores dos nossos limites e bondosos para com os outros em “seus” limites.

O contraste começa na oração. O cerne da piedade precária é uma vida de oração fragilizada, modelada pelos Salmos, em que se busca comunhão e intimidade com Deus por meio da gratidão, da autoexpressão (inclusive frustrações, Sl 13.1), do autoconhecimento (Sl 90.8), da confissão (Sl 51.9), da sujeição (Sl 25.4) e da comissão (Sl 143.10), em oposição às infindáveis petições típicas da oração triunfalista, que pede mal (Tg 4.3), almeja vitórias terrenas e vê na oração uma solução mágica. A petição precária pede sabedoria e espiritualidade (Lc 11.13) para lidar com problemas e sofrimentos, encarados como algo normal, e prefere rogar com Cristo: “faça-se a tua vontade” (Mt 6.10).
 
Ser cristão não garante vitória em qualquer faceta da vida, da saúde às finanças, das ideias teológicas ao ministério. Dizem que não demandá-las de Deus é falta de fé (não sabem que “’tudo’ é vaidade”? Ec 1.2). Demonstram falta de contentamento (1Tm 6.6). Em Cristo temos vitórias espirituais: a justificação dos pecados, a santificação pessoal, a salvação eterna. Triunfamos sobre a morte espiritual sem nunca deixarmos de ser pecadores (1Jo 1.10). A jornada espiritual até a varonilidade de Cristo é fruto da ação paciente de Deus (Cl 2.8), livrando-nos do orgulho e da rebeldia que nos tentam a vida toda (Rm 8.19).

Seguir a Cristo é abnegação, é “tomar a cruz” (Mt 16.24). Não simplesmente sofrer, que é parte da condição humana (Tg 5.10), mas completar em nós os sofrimentos de Cristo (Cl 1.24) por meio do cumprimento de nosso ministério, assim como Cristo cumpriu o seu. Cristo não promete a seus discípulos uma vida fácil, com vitórias na vida financeira, na saúde e nos relacionamentos (Mt 10.5-23). Cristo e os apóstolos eram pobres, passavam por dificuldades (Hb 2.10), inclusive de saúde (Gl 6.11; 1Tm 5.23), e tinham toda sorte de complicações relacionais entre si (At 15.39; Gl 2.11). Estiveram presos, e viram isso como um privilégio e uma oportunidade (2Tm 1.8).

Ensina-se equivocadamente que tornar-se um crente em Cristo significa ter acesso a uma vida de bênçãos materiais e de vitória sobre todos os males que afligem o corpo e a alma. Uma revista evangélica recentemente anunciou em sua capa que Cristo é a solução para a depressão. Há, porém, muitos fiéis com quadro clínico de depressão, e isso nada tem a ver com pecado ou falta de espiritualidade. Há toda sorte de enfermidades físicas e psíquicas a que estamos sujeitos, cristãos ou não, e por meio delas somos instruídos por Deus e temos oportunidades ministeriais. Se recebemos de Deus o bem, não receberemos dele também todos os males comuns da nossa condição humana (Jó 2.10)? Deus torna os males em bênçãos (Gn 50.20). Procuremos descobrir qual o seu significado em nossa vida e ministério.

O triunfalismo torna os crentes presunçosos (Sl 19.13). Em vez de estarmos dispostos a compartilhar todas as mazelas da existência humana, e dessa forma nos tornarmos capazes de empatia, queremos estar acima delas, e de todos os que as enfrentam. Isso leva a uma vida de mentiras que contamos aos outros e a nós mesmos. Na verdade, temos em comum uma vida de sofrimentos, enfermidades, relacionamentos imperfeitos e fracassos. Nossa fé e nossa comunhão com Deus em Cristo não impedem que enfrentemos crises e problemas, que vivenciemos fracassos, doenças e tristezas, pois são parte comum e inevitável da vida de qualquer pessoa neste mundo caído no pecado.

A fé nos traz a esperança de um mundo melhor (Ap 21.14), a certeza de que tudo colabora para o bem (Rm 8.28), e de que nada acontece sem que Deus permita (Mt 10.29). Nossa comunhão com Cristo nos garante forças para suportar as aflições com paciência (Tg 5.11), e impede de sermos tentados pelo desânimo quando enfrentamos dificuldades na vida.

Quando somos transformados pela ação do Espírito Santo, nos desapegamos dos bens materiais, e até do desejo neurótico pela saúde plena do corpo e da mente. Desprendemo-nos até da vida biológica como valor em si, pois já morremos com Cristo para esta vida terrena (Cl 2.11-12), e vivemos agora em Cristo e para Cristo somente, sem medo da morte biológica (Fp 1.21).

O triunfalismo também está por trás do amor ao sucesso de lideranças evangélicas que priorizam o crescimento e nivelam o ministério eclesial com o empreendimento comercial secular. Têm por modelo os empresários bem sucedidos, ostensivamente ricos, ou as celebridades, e não os pobres caminhantes da Galiléia. Não percebem que ministério sem o sacrifício do prestígio é o sacrifício do ministério no altar do sucesso.

A piedade precária se contenta com ministérios desprestigiados e igrejas pequenas que encontram a sua força na fraqueza (2Co 12.10). Igrejas não precisam crescer, e não deveriam nem sequer almejar o crescimento, mas antes a fidelidade a Cristo e à vocação e testemunho cristãos. Igrejas não são fins em si mesmas, mas agências proclamadoras do reino de Deus. Por isso, elas podem ser provisórias, institucionalmente frágeis e, do ponto-de-vista secular do empreendedorismo, totais fracassos.

O triunfalismo efetua ainda uma atitude moral equivocada em que os crentes passam a se ver como mais puros e santos que os pecadores incrédulos. O cristão é santo porque foi “separado” para a missão de seguir a Cristo. O que nos diferencia dos ímpios é sermos pecadores conscientes do pecado e da necessidade da graça e do perdão de Deus, consciência esta que os ímpios não têm.

A moralidade triunfalista parte da criação de Deus, mas ignora a queda, e prega uma proposta de conduta idealizada, mais adequada a anjos que a homens. No paradigma da piedade precária, adota-se a redução de danos, pois vivemos em mundo caído. Então deixamos de negar que as famílias evangélicas são disfuncionais e encaramos os dramas morais dos evangélicos como o padrão, e não mais como exceções.

O triunfalismo também nos torna soberbos intelectualmente (1Co 1.20), ignorando os efeitos do pecado sobre sua razão. A piedade precária nos convida a uma teologia fraca em que se reconhece que as opiniões teológicas e morais são apenas aproximações. Somos como cegos apalpando nosso caminho; nossas formulações doutrinárias e interpretações bíblicas são fruto da reflexão humana historicamente condicionada.

O triunfalismo leva os evangélicos a achar que é errado ter incertezas e dúvidas, que é feio admitir a ignorância, que o questionamento é sinal de falta de fé. O cristão precário está sempre disposto a ouvir vozes discordantes, a aprender com quem pensa diferentemente, inclusive com os incrédulos. Podem-se aprender lições preciosas das pessoas mais incultas, bem como dos maiores pecadores e hereges, pois todos têm alguma lição a dar, e ninguém, além de Deus, é dono da verdade (1Co 8.1-3).

Convido todos os evangélicos a abandonar o triunfalismo, adotando uma teologia da precariedade: caminho da fraqueza, humildade, ignorância, resignação e desprendimento. Pensemos a comunhão com Cristo como uma jornada de santificação pessoal que implica os tremendos sofrimentos advindos do abandono dos desejos e concepções do velho homem (Ef 4.22), e não nas benesses de um favorecimento da parte de Deus que nos permita obter exatamente as coisas de que deveríamos antes nos desapegar. Abandonemos os desejos carnais pelo dinheiro, pela saúde, por longevidade, cujo preço é a decrepitude.

Sacrifiquemos nossa vida no altar divino (Rm 12.1). Abandonemos o desejo carnal por sistemas de pensamento que nos deem falsa certeza e tranquilidade (2Co 10.4-5). Que nossas opiniões sejam manifestadas com singeleza e reconhecimento da nossa imperfeição intelectual (Cl 4.6). Ambicionemos apenas que Cristo seja conhecido pelo nosso viver (Gl 2.20), ainda que saibamos desde já que também nisso fracassaremos, pois muitas vezes nossa carnalidade nos impedirá de exalar o bom perfume de Cristo (2Cr 2.14-17).


• Ricardo Quadros Gouvêa é ministro presbiteriano e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e do Seminário Teológico Servo de Cristo.

domingo, 22 de novembro de 2009

Igreja luterana dos EUA permitirá que gays se tornem pastores

A maior denominação luterana dos Estados Unidos facilitou o processo para que gays e lésbicas em relações estáveis tornem-se pastores, encerrando uma política na qual eles poderiam ser clérigos caso permanecessem em celibato. A Igreja Luterana Evangélica dos EUA encorajou suas congregações a encontrarem meios de apoiar ou reconhecer membros em “relações do mesmo sexo, comprovadamente duradouras e monogâmicas”.

No entanto, isso não significa uma sanção oficial ao casamento gay ou uma aprovação para qualquer celebração do matrimônio entre homossexuais. Ainda assim, a resolução é uma das mais liberais em qualquer denominação norte-americana em questões de orientação sexual, hoje um dos temas mais controversos em termos políticos e religiosos nos Estados Unidos. A igreja, que possui 4,6 milhões de adeptos, adotou a resolução em seu encontro bienal em Mineápolis.

“É sobre pessoas em relações comprometidas do mesmo sexo”, disse John Brooks, diretor de comunicação e um dos porta-vozes da Igreja Luterana Evangélica. Anteriormente, gays e lésbicas eram impedidos de participar das cerimônias a não ser que permanecessem em celibato. Aprovada por 559 votos a favor e 441 contra, a resolução afirma que a igreja se comprometerá a buscar soluções para que pessoas em “relações do mesmo sexo, comprovadamente duradouras e monogâmicas sirvam como líderes incluídos nesta igreja”. A medida aplica-se a pastores e obreiros. A assembleia ainda tem de aprovar mudanças procedimentais para levar a resolução adiante. Segundo Brooks, a nova política da igreja deverá ser adotada a partir de 2010.

A iniciativa cerca de um mês depois de a Igreja Episcopal dos EUA decidir, na prática, abolir o compromisso de ser “austera” ao analisar candidatos gays ao episcopado, o que provocou cisões na comunidade anglicana ao redor do mundo. A Igreja Episcopal, uma ramificação norte-americana do Anglicanismo, está desenvolvendo os rituais e as liturgias oficiais para abençoar casamentos homossexuais.

Fonte: Reuters

domingo, 15 de novembro de 2009

Erotização Infantil. Facilitando o Trabalho dos Pedófilos.

A reportagem reproduzida abaixo é de autoria da jornalista Ilana Rehavia, em artigo postado no site da BBC de Londres. Trata-se de uma tendência que está se generalizando entre as crianças e adolescentes do sexo feminino na Inglaterra.

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Por mais inocente que possa parecer, ao ver essas pulseiras coloridas no pulso de algumas crianças na igreja onde pastoreio, sempre imaginei que houvesse uma espécie de código atrás delas.

Aos que lerem este artigo, suplico que o retrasmita. Não vamos ficar de braços cruzados, enquanto n ossas crianças estão sendo conduzidas inocentemente aos braços da prostituição, bem debaixo das nossas barbas.


Pulseiras do Sexo.
Por: Ilana Rehavia

"Virou moda entre muitas meninas britânicas o uso de pulseiras de plástico coloridas, apelidadas de "shag bands" ("pulseiras do sexo", em tradução-livre).

Cada cor representa um ato afetivo ou sexual que, em teoria, a meninas precisariam fazer caso um menino consiga arrebentar a pulseira. Esses atos vão desde um inocente abraço até sexo oral e relações sexuais completas.

A moda está causando enorme polêmica entre pais e professores e chegou até a secretaria da Criança do país.

Com meninas a partir de oito anos de idade aparecendo com as pulseiras, algumas escolas já proibiram o uso.

Muita gente acha que trata-se apenas de brincadeira de criança, que as pulseiras não significam que as meninas irão realmente fazer o que as cores determinam e que jogos com fundo sexual não são novidade no parquinho. Quem nunca brincou de pega-pega em que o menino dá um beijinho na menina, perguntam eles.

Por outro lado, há quem acredite que a prática expõe crianças pequenas a termos sexuais que elas não conheceriam de outra forma e promove a erotização infantil.

Há também o temor de que proibir as pulseiras só vai torná-las mais desejáveis.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Rick Warren pede perdão a homossexuais

Warren afirmou que “nunca deu nenhum apoio” à emenda defendendo o casamento.

Warren arrepende-se de ter apoiado Proposta 8, medida que protege casamento na Califórnia contra investida da agenda gay. Rick Warren, pastor de mega-igreja na Califórnia e autor do livro Uma Vida Com Propósitos, pediu perdão a seus amigos homossexuais por fazer comentários em apoio da Proposta 8 da Califórnia.

Essa proposta, defendida por evangélicos, católicos e outros religiosos, tinha como objetivo proteger a instituição do casamento contra os ataques legais de ativistas homossexuais.Warren agora afirma que ele “nunca deu nenhum apoio” a essa emenda defendendo o casamento.
Na segunda-feira de noite, no programa de TV Larry King Live, da CNN, o Pr. Rick Warren pediu perdão por seu apoio à Proposta 8, dizendo que ele “nunca foi e nunca sera” um “ativista contra o homossexualismo ou contra o casamento gay”.

No entanto, duas semanas antes da votação da Proposta 8 em 4 de novembro, o Pr. Warren distribuiu nota apoiando explicitamente a emenda de proteção ao casamento, ao se dirigir aos membros de sua igreja. “Apoiamos a Proposta 8. E se vocês acreditam no que a Bíblia diz sobre casamento, vocês precisam apoiar a Proposta 8 também”, disse ele.

A seguir a transcrição completa do comentário de Warren poucas semanas antes da votação da Proposta 8:
A hora da eleição está chegando, em apenas duas semanas, e espero que vocês estejam orando sobre seu voto. Uma das propostas que, evidentemente, quero mencionar é a Proposta 8. Essa proposta havia sido instituída porque os tribunais rejeitaram a vontade do povo. E um tribunal com quatro caras realmente votou para mudar a definição de casamento que exite há 5.000 anos.
Ora, permita-me dizer isto realmente com clareza: apoiamos a Proposta 8. E se vocês crêem no que a Bíblia diz sobre casamento, vocês precisam apoiar a Proposta 8. Nunca apóio um candidato, mas em questões morais eu me manifesto bem claramente.

Essa é uma questão, amigos, em que todos os políticos tendem a estar de acordo. Perguntei diretamente para Barack Obama e John McCain: qual é sua definição de casamento? E os dois disseram a mesma coisa: é a definição tradicional, histórica e universal do casamento — um homem e uma mulher, para a vida inteira. E todas as culturas durante 5.000 anos, e todas as religiões durante 5.000 anos, disseram a mesma definição: casamento é entre um homem e uma mulher.

Ora, eis algo interessante. Os gays e as lésbicas são apenas dois por cento da população americana. Não devemos deixar que dois por cento da população decidam mudar uma definição de casamento que tem o apoio de todas as culturas e todas as religiões há 5.000 anos.
Essa não é uma questão exclusivamente cristã. É uma questão humanitária e humana que Deus criou o casamento para o propósito de estabelecer a família, o amor e a procriação.

Por isso, incentivo vocês a apoiar a Proposta 8, e a repassar essa mensagem para outros. Vou distribuir uma nota aos pastores mostrando o que é que creio nessa questão. Mas todos sabem no que creio. Eles me ouviram no Fórum Civil quando perguntei a Obama e McCain sobre suas opiniões.

Entretanto, durante sua entrevista à CNN na segunda-feira, Warren expressou remorso por apoiar a Proposta 8. “Escrevi a todos os meus amigos gays — os líderes gays que eu conhecia — e realmente lhes pedi perdão”, confessou ele.Além disso, o Pr. Warren disse que ele não queria comentar ou criticar a decisão da Suprema Corte de Iowa, EUA, da semana passada de legalizar o “casamento” homossexual porque “isso não é sua agenda”.

O Dr. Jim Garlow, pastor sênior da Igreja Wesleyana Skyline em San Diego, ajudou a liderar a campanha da Proposta 8 na Califórnia. Garlow admite que está confuso e preocupado com a decisão do Pr. Warren de pedir perdão por ter apoiado a Proposta 8.

“Historicamente, quando instituições e indivíduos recuam de convicções acerca das verdades da Bíblia, só um fator leva a isso: o medo de perder o respeito das outras pessoas. Em outras palavras, preocupar-se mais com o que as outras pessoas vão pensar do que com o que Deus pensa”, concluiu ele.


Fonte: Jornal A Hora / OneNewsNow / Júlio Severo

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Deus não se serve apenas da cúpula eclesiástica e dos pós-graduados

Em artigo publicado no Jornal do Brasil (03/09/07, A12), Leonardo Boff lembra que no quarto século quase todos os bispos aderiram à heresia arianista, segundo a qual Jesus é apenas semelhante a Deus, e não imagem visível do Deus invisível (Cl 1.15). “Foram os leigos que salvaram a Igreja, proclamando Jesus como Filho de Deus”, acrescenta Boff.
É preciso lembrar que foi uma mulher (Débora) e não um homem (Baraque) que tornou possível a vitória de Israel sobre o rei de Canaã e sobre seus novecentos carros de ferro, depois de vinte anos de opressão (Jz 4).
É preciso lembrar que foi o caçula de Jessé, um rapaz da roça, e não o rei Saul e seu exército, que derrubou o gigante Golias, de quase três metros de altura e livrou os israelitas dos filisteus (1Sm 17).
É preciso lembrar que foi uma adolescente, e desterrada que levou Naamã, comandante em chefe do exército assírio, a curar-se da lepra (2Rs 5.1-19).
É preciso lembrar que foi um menino, e não um adulto, que ofereceu seus cinco pães de cevada e dois peixinhos para Jesus multiplicar e matar a fome de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças (Jo 6.9, NTLH).
É preciso lembrar que é do coração e da boca das crianças e dos recém-nascidos, e não dos marmanjões, que Deus suscita o perfeito louvor (Mt 21.16).
Finalmente é preciso lembrar que foi um ex-perseguidor e torturador dos cristãos (Paulo), e não Pedro, nem Tiago nem qualquer outro dos mais influentes líderes da igreja, que a livrou do legalismo, a praga que diminui o valor da graça e aumenta o valor da lei (Gl 2.11-21).
Enquanto a sociedade supervalorizava e supervaloriza os doutores, os poderosos, os nobres de nascimento e a hierarquia, eclesiástica ou secular, Deus continua livre para eleger e usar a seu bel-prazer as pessoas que, sob o ponto de vista humano, parecem desprezíveis e insignificantes (1Co 1.26-29).
Revista Ultimato - 12/2007

O triunfalismo dos super-crentes

As críticas contra o chamado “evangelho da prosperidade ou triunfalista” foram uma constante durante o X Encontro para a Consciência Cristã, promovido pela VINACC, no Parque do Povo, em Campina Grande, Paraíba, durante o período de Carnaval. O presbítero paulista Paulo Cristiano, do Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP), lamentou a postura de igrejas tidas como cristãs, mas que pregam uma mensagem teologicamente equivocada sobre a conquista de vitórias e a prosperidade por parte dos evangélicos. “Existe uma falsa pregação dando conta de que crente é uma espécie de deus, pois não pode ficar doente, pobre e sofrer qualquer problema existencial, a exemplo da depressão, um dos maiores males dos tempos modernos”, afirmou.
Segundo ele, problemas como a depressão podem até mesmo atingir os mais fiéis servos de Deus, citando o caso de Elias, no Antigo Testamento, e até mesmo o Senhor Jesus Cristo, que passou por momento de profunda angústia. “Depressão não é pecado. Pecado é o cristão não deixar Deus intervir em seu problema. Deus é o melhor psicólogo do mundo e muitos casos de depressão podem ser curados mediante fé e oração. O que não pode é a pessoa imaginar-se imune à dor e à depressão, como pensam ou apregoam as igrejas triunfalistas”, declarou.
Para o pregador, outro grande problema é que “igrejas triunfalistas” ou do “evangelho da prosperidade” se afastam de Deus e da Bíblia, usando, como meio para atrair adeptos, falsos milagres, espetáculos e explosões emocionais. Com isso, conforme destacou, as pessoas problemáticas criam falsas expectativas e terminam se decepcionando com o que pensam ser o “evangelho”.
Fonte: www.paraiba.com.br

quinta-feira, 19 de março de 2009

A Pregação nos Cutos Está Ultrapassada?

"Como dizem as Escrituras Sagradas: "Todos os que pedirem a ajuda do Senhor serão salvos." Mas como é que as pessoas irão pedir, se não crerem nele? E como poderão crer, se não ouvirem a mensagem? E como poderão ouvir, se a mensagem não for anunciada? E como é que a mensagem será anunciada, se não forem enviados mensageiros? As Escrituras Sagradas dizem: "Como é bonito ver os mensageiros trazendo boas notícias!" Mas nem todos aceitam a boa notícia do evangelho. Foi Isaías quem disse: "Senhor, quem creu na nossa mensagem?" Portanto, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação a respeito de Cristo." (Romanos 10: 12-17 - BLH)
É com muita preocupação que vejo nos cultos chamados de 'modernos', se é que existe a necessidade de se modernizar um culto, a priorização dos cânticos em detrimento da pregação da Palavra de Deus. Dizer que existe a priorização é uma forma contida para não dizer que existe mesmo é a exclusividade deste. A Palavra de Deus em nossos cultos de adoração tem se reduzido a uma leitura inicial tão simplista que na maioria das vezes nem é percebido por todos os presentes.
Quando uma pessoa está se preparando em casa para ir a igreja, já de antemão imagina o que Deus irá falar com ela através da Palavra, ou pelo menos assim deveria ser. Uma alma ansiosa ou anelante, que entra em um santuário no momento de um culto, almeja ter sua fome espiritual saciada pela exposição de um evangelho que tem o poder de transformar vidas. É pela ação do Espírito Santo, inculcando e convencendo o homem de seu estado de pecado, enquanto se é pregada a Palavra, que temos as descisões por Cristo, que andam atualmente tão escassas, ou porque não dizer extintas.
Existe uma onda no meio evangélico atual, que deslavadamente estão tentando denominar de 'renovação', mas que na realidade não passa de inovações, que não trazem nenhum benefício para a igreja, ao contrário, está levando ao esfriamento espiritual e a extinção quase por completa da operação do Espírito Santo.
Voltemos imediantamente, sem mero saudosismo, a buscarmos o brilho perdido dos cultos animados e cheios da Graça de Deus que a igreja experimentou a alguns anos passados. Estamos correndo o risco de perdermos definitivamente nossa identidade espiritual, alegrando com isso a única pessoa que se beneficia desta dita modernidade na igreja, nosso adversário, que a própria palavra diz que "anda em derredor procurando a quem possa tragar".

quinta-feira, 12 de março de 2009

Deu no caderno de Esportes do UOL

Igreja promove competição de vale tudo para atrair jovens
Fonte: Do UOL Esporte em São Paulo - 12/03/2009 - 09h21

Conhecida por ser a igreja do meio-campista Kaká, por sua sede ter desabado este ano e por seus criadores terem sido presos nos Estados Unidos, a Renascer novamente chama atenção. Dessa vez a novidade é a disputa de torneios de vale tudo em sua sede em Alphaville, na cidade de Barueri, região oeste da Grande São Paulo.

Comandado pelo pastor Mazola, a igreja fez um torneio da modalidade permeado por cultos durante os intervalos. A idéia da Renascer é fazer com que o público jovem crie interesse pela religião. "Queremos atrair mais jovens. Cerca de 60 deles entregaram a vida para Jesus", conta o bispo Leandro Miglioli, de 33 anos.

A igreja também busca tirar os adolescentes do mundo das drogas por meio das artes marciais, tanto que o ringue utilizado no torneio de MMA fica aberto durante a semana para treinos de jiu-jítsu. "Quem vem aprende esporte e larga os vícios do mundão", disse Emerson Silva para a reportagem do jornal Folha de S. Paulo.

Sem contar com álcool ou cigarros, comuns nos torneios de vale tudo, a competição reuniu frequentadores das academias da região e foi até as 3h30 da madrugada. Satisfeita com a receptividade do público, a igreja Renascer fará outro evento este ano.
Minha opinião: Mesmo correndo o risco de ser chamado de fariseu, não vou me esquivar de responsabilidade de opinar a respeito desta matéria.
Imaginem a seguinte cena - Jesus e os discípulos vestidos de kimono, o Mestre - sem trocadilho mesmo, ensina os presentes que rodeiam o ringue sujo de sangue, sobre a responsabilidade cristã de amar ao próximo. Começa o combate. Pobre Pedro! Não terá nenhuma chance de vitória. Num momento de cochilo de Pedro, o Mestre lhe aplica um golpe certeiro levando-o à lona. Pedro no chão percebe que seu nariz está quebrado, sem tempo para o revide, é surpreendido pelo Senhor numa sensacional chave-de-braço. Tranquilamente, enquanto lhe quebra o braço, Ele fala sobre as 490 oportunidades de perdão que Pedro terá para oferecer-lhe.
Parece piada? Acha que estou tomando em vão o nome do Senhor? Não é meu próposito! Estou apenas sendo irônico, e com uma leve pitadinha de sarcasmo. Desculpe-me, não contive!
Uma das grandes verdades do Cristianismo é que todos os salvos se assemelhem ao Mestre Jesus. Não creio que o evangelho perdeu seu brilho e sua capacidade de chamar atenção de quem quer que seja.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Você é esse homem!

O texto de 2 Samuel 12 fala da forma sutil e sábia como o profeta Natã mostrou a Davi a gravidade de seu pecado. Algumas singularidades desta passagem mostram o perfil de um homem de Deus, que pelo simples fato de ser homem, poderia utilizar-se do deslize moral e espiritual do rei para tirar proveito para si mesmo.

O primeiro verso mostra sem rodeios, o fator motivacional do ministério profético de Natã, "E o SENHOR enviou..."

O pecado praticado por Davi foi tão grosseiro e requintado em crueldade, que a discrição não pode ser considerada como marca registrada neste episódio. O que podemos, então, inferir duas coisas:

Primeiro, havia por parte de Davi a certeza da impunidade, motivada pelos prósperos anos de reinado, após ter subjugado os maiores inimigos de Israel.

Segundo, um pecado de tamanha gravidade, praticado sem qualquer pudor, certamente era do conhecimento da grande maioria de pessoas no reino.

Mas a despeito de tudo, Natã permanecia inabalável no seu lugar. Não podemos confundir sua ação com apatia, ou mesmo omissão. O profeta tinha total conhecimento dos fatos, das pessoas envolvidas, da provável repercussão e das consequências que um ato de covardia e injustiça poderia provocar na nação de Isarel, mas não ousou mencionar uma só palavra em direção ao ungido de Deus, sem que antes estivesse totalmente convicto da direção divina para tal.

Natã foi um tipo de profeta que apesar de sua lealdade ao rei, não era frequentador assíduo do palácio. Todas as oportunidades em que o nome do profeta é mencionado, é por causa de algo totalmente relacionado a vontade de Deus para Davi e seu reino. Vamos sintetizar da seguinte maneira: Natã não usava do expediente de tentar manipular o estado através de seu ministério.

Quando é anunciado a Davi a presença de Natã no palácio, imediatamente o rei já sabia que se tratava de coisa muito séria. Natã focado na sua missão logo mostra a que veio. Como um profundo conhecedor do caráter de Davi, sabia que uma das mais notáveis qualidades do soberano era seu inegável senso de justiça.

Uma história muito bem articulada é o suficiente para fazer florar, como num arroubo, a justiça de Davi. As palavras de indignação do rei e sua sentença ao rico opressor, mesmo de formna inconsciente e inadivertida é a sentença que faz a si mesmo. O despertamento vem com a frase: Você é esse homem! Imagino um Davi estupefado, ofegante, inerte, com os olhos arregalados e com a face ruborizada. Como diria os jovens de hoje numa linguagem bem sugestiva - a casa caiu!

Davi está caído, é uma presa indefesa e fragilizada por um contra-golpe certeiro. As palavras de Deus que são proferidas pelo profeta são misturadas com choro e um lamento arrependido do rei infiel. No meio de uma correção divina um salmo de arrependimento é entoado.

Consigo mentalizar Natã ao profetizar não conseguir conter as lágrimas que teimosamente insistem rolar em sua face. Imediatamente após ao oráculo, uma palavra de misericórdia é proferida. Junto com o castigo veio o perdão e a certeza de que não seria dessa vez que a morte alcançaria o rei de Israel.

Tiro da atuação do profeta Natã uma lição muito grande para minha vida ministerial: O amor é a ferramenta mais importante para o exercício da obra de Deus. Como aconselhar, corrigir ou mesmo disciplinar uma pessoa, sem antes confrontar estes procedimentos ao crivo do amor?

Quando criança me lembro de meu pai usar um pequeno pedaço de madeira, chamada de 'galga', que era meticulosamente medida para servir de padrão, de maneira a distanciar uniformemente o madeiramento de uma casa.

No reino de Deus também temos uma 'galga', um instrumento poderoso que utilizamos para basear todas as ações que praticamos para e por Deus. Esse instrumento chamamos de amor.

Jesus Breve Voltará!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Pastorear em meio ao caos

por Ricardo Agreste da Silva

Domingo, oito horas e cinqüenta e oito minutos. Assentado num dos primeiros bancos do templo, levanto os olhos para verificar se os músicos já estão prontos. Todos têm uma cópia da liturgia do culto, a qual foi previamente preparada durante a semana. Olho para minha Bíblia para verificar se o esboço do sermão está colocado no lugar exato da passagem a ser lida. Olho ao redor e vejo todos bem arrumados e assentados e, aparentemente, prontos para adorar a Deus e ouvir Sua palavra. Levanto-me e caminho até a frente para saudar a todos. Tenho em mim certa sensação de que tudo está sob controle. Assim, aos domingos a vida pastoral não parece ser tão difícil. Exige certo trabalho, sim. Mas, com alguma dedicação e preparo prévio, tudo pode ser arranjado de forma que esteja sob controle.

Terça-feira, oito horas e cinqüenta e oito minutos. Após um agradável dia de folga, estou iniciando uma nova semana de serviço pastoral. Logo pela manhã, recebo um telefonema de uma mulher que no último Domingo, assentada de braços dados com seu marido, participava de forma contagiante do culto. Com a voz trêmula, ela informa que o marido acabou de deixar a família. No dia seguinte, recebo a notícia de que um dos presbíteros da Igreja, um dos que participaram da Ceia do Senhor no último Domingo foi hospitalizado em caráter urgente e precisa ser submetido a uma cirurgia muito delicada. Na Quinta-feira entra no gabinete pastoral uma das jovens da equipe de louvor. Cumprimento-a pela linda música que cantou no culto de Domingo. Em seguida, sem levantar os olhos, ela conta-me que está grávida de seu último namorado. Chego na Sexta-feira precisando preparar a mensagem e a liturgia do próximo Domingo com a sensação de que tudo está fora de controle e o mundo retornou ao caos.

Assim, como muitos outros pastores, deparo-me com a realidade de que, apesar do Domingo ser um dia essencial no serviço pastoral, muito deste ministério precisa ser feito em meio ao caos de Segunda a Sábado. Para o aumento de meu desespero, constato que recebi muitas ferramentas para ser um bom pastor no ambiente dominical, mas estou desprovido de recursos para lidar com o mundo hostil de Segunda a Sábado. Preciso então desenvolver a arte de pastorear em meio ao caos, ou como Eugene H. Peterson coloca, "a arte de orar em meio ao tráfico".

Vender Mapas ou Guiar Vidas
Certa vez, lendo e meditando sob o encontro de Filipe com o oficial etíope descrito no capítulo oito de Atos, fui conduzido a uma profunda reavaliação de meu ministério diante de um comentário sobre o verso 31. Segundo o relato bíblico, após ser questionado por Filipe quanto à compreensão do que vinha lendo, o oficial etíope respondeu com outra pergunta: "Como poderei entender, se alguém não me explicar?"

Sempre tive por óbvio o sentido do verbo aqui traduzido por "explicar" até que percebi que o termo grego ali usado é o verbo hodogéu (guiar ou conduzir). Este verbo foi utilizado na antigüidade para definir a atividade dos guias que conduziam pessoas através do deserto. Eles tinham os pés nos mesmos caminhos que as pessoas que guiavam, enfrentavam o calor do meio-dia, bem como o frio das noites.

Em franco contraste com a imagem dos guias, temos os vendedores de mapas. Estes últimos se apresentam das formas mais criativas, possuem idéias tremendas acerca dos desertos, são detentores de um grande poder de persuasão e prometem muitas vantagens aos interessados em seu produto. No entanto, eles não ousam caminhar ao lado das pessoas debaixo do sol escaldante ou em meio às noites frias. O papel deles restringe-se a oferecer mapas para os mais variados desertos da vida.

O oficial etíope, quando questionado por Filipe, declara a necessidade de ser acompanhado por um guia através de sua jornada espiritual. Em Atos 8.31 encontramos Filipe entrando na carruagem, sentando-se ao lado do oficial e seguindo com ele o caminho. E, começando por onde aquele homem se encontrava, guiou-o até Jesus (Atos 8.35). A opção de Filipe não é a de vender mapas, mas de guiar aquele homem.

O ministério pastoral, quando centralizado somente nos eventos dominicais, em muito pode se aproximar da atividade desenvolvida pelos vendedores de mapas. O ambiente pode ser preparado para inspirar, a música ensaiada para emocionar e as palavras elaboradas para motivar, mas, o distanciamento das pessoas e do caos em que vivem pode fazer deste momento um ato de se vender mapas. Diferentemente, quando o ministério pastoral é vivido em meio ao caos e há disposição de se estar próximo e atento às crises e às dores das pessoas, a imagem cristã do guia espiritual é resgatada na comunidade. O pastor torna-se aquele que ministra com relevância não apenas aos Domingos, mas especialmente entre Domingos, guiando e conduzindo pessoas através das crises e em meio ao caos.

Oração, Escrituras e Mentoria
No desafio de pastorear vidas em meio ao caos, creio que um dos grandes obstáculos que encontramos na atualidade é a visão errônea de que cabe a nós, pastores, a tarefa de resolver problemas. No mundo científico-industrial em que vivemos, problemas são vistos como barreiras a serem transpostas, e isso de forma mais prática e imediata possível. Assim, espera-se que "bons pastores" sejam pessoas prontas para responder a qualquer questão, para dar o palpite certo em tempos de indefinição e para orar com "eficácia" diante da enfermidade, desemprego, crise familiar, entre outras coisas.

Diferentemente, na tradição cristã, os problemas são vistos não como barreiras a serem transpostas de forma imediata e pragmática, mas, como mistérios a serem explorados. Por sua vez, os pastores não são vistos como miniaturas de Deus que resolvem os problemas que lhe são apresentados, mas, como homens e mulheres prontos a caminhar, em amor e em discernimento, ao lado daqueles que enfrentam a crise e o caos. Nesta jornada, mais importante do que a solução para a dor é a percepção de Deus e de Sua ação.

Por isso, como pastores, precisamos resgatar a prática da oração. Na medida em que oramos, ganhamos sensibilidade para perceber o que Deus está fazendo em nossas próprias vidas. Nossa própria história ganha sentido na medida em que percebemos o mover de Deus em nossa existência, nos conduzindo, nos lapidando e nos amando. A oração, diferentemente de muitas práticas contemporâneas, nos torna mais prontos ao mover de Deus e à confiança no que Ele está fazendo.

Além da oração, precisamos também resgatar a leitura sensível das Escrituras. Quando lemos e meditamos nas Escrituras, ganhamos sensibilidade para perceber como Deus está, constante e ativamente, presente na vida de Seu povo ao longo da História. A leitura das Escrituras oferece-nos a percepção e a convicção de que não existe casualidade, nem mesmo fatalidades. Por detrás de eventos e encontros, Deus está agindo na vida de Seu povo e a nós cabe estarmos sensíveis e atentos ao Seu mover.

No entanto, tanto a oração e a leitura sensível das Escrituras não podem ser tidas por práticas alienadoras e individualizantes. Ambas nos exercitam rumo ao pastoreio de vidas como guias que conduzem pessoas através do caos. Enquanto a oração nos convida à sensibilidade para com a ação de Deus em nossas próprias vidas, a leitura das Escrituras nos conduz à percepção da ação de Deus na História. No entanto, ambas nos preparam para a mentoria, a sensibilidade para com o que Deus está fazendo na vida daqueles que nos cercam.

Conclusão
Antigamente, como afirma Eugene Peterson, não existia muita diferença entre o que o pastor fazia aos Domingos e o que realizava entre Domingos. Tanto aos Domingos como entre Domingos, a tarefa pastoral era caracterizada pelo serviço de guiar homens e mulheres ao longo de seus desertos existenciais, através de suas crises e dores. Neste serviço, pastores faziam uso da oração e da leitura das Escrituras. No entanto, atualmente, o serviço pastoral tem se distinguido em "Ministério aos Domingos" e "Ministério entre Domingos". E a grande mudança tem se dado no caráter das atividades que um pastor faz "entre Domingos", as quais têm sido grandemente definidas como práticas para "tocar uma Igreja" assim como um empresário toca sua empresa.

No entanto, estou convencido de que a grande carência de nossas igrejas na atualidade não é a de grandes visionários com suas propostas megalomaníacas, nem de marqueteiros com suas técnicas para aumentar a visibilidade e a aceitação das igrejas no mercado, nem muito menos de "vendedores de mapas" que articulam com maestria as palavras. Nossas igrejas estão necessitando de pais dispostos a viver com seus filhos, conduzindo-os através de suas limitações e crises, com amor e paciência na direção da maturidade em Cristo Jesus. Nossas comunidades precisam de guias que, através da oração e da Palavra, ajudem as pessoas a caminharem através de suas crises e a viverem em meio ao caos.


Sobre o autor: Ricardo Agreste é pastor da Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera e Professor no Seminário Servos de Cristo em São Paulo.

Pastor & Igreja: uma relação (conjugal) em crise

Por: Rev Ricardo Agreste

A mútua desconfiança
Após minha palestra numa conferência para pastores e líderes, um homem de aproximadamente 50 anos pediu para que conversássemos a sós. Seu semblante estava visivelmente caído e seu olhar sem brilho algum. Ele era um pastor que, após doze anos de dedicação à sua comunidade local, havia sido comunicado pela liderança de que estaria dispensado para o próximo ano. A alegação era que ele já não estava correspondendo às expectativas da comunidade e que ela gostaria de respirar “novos ares”. Tomado por um sentimento de baixa auto-estima, envolvido pela desesperança e com o coração amargurado, aquele homem, olhando para o chão, me disse: “Sinto-me usado. Fui totalmente consumido e agora sou descartado”.

Conversas como estas sempre me trazem à lembrança alguns diálogos com amigos que participam da liderança em suas igrejas locais. Entre eles, parece ser crescente o número daqueles que relutam em confiar nas motivações de um pastor. Alguns foram testemunhas da história bem comum do jovem pastor que, diante da comunidade, jura amor eterno, mas diante de uma melhor oportunidade ministerial (ou profissional?), parte com descaso em nome do “senti que esta era a vontade de Deus”. Sentimento ainda pior encontro naqueles que, após se renderem à liderança daquele que demonstrava intimidade com Deus e consciência de sua vontade, descobrem que suas motivações eram obscuras e seu caráter, questionável. Cada um desses líderes locais, em outras palavras, também está dizendo: “Sinto-me usado. Fui totalmente consumido e agora sou descartado...”

Essa situação tem, silenciosa e gradativamente, instalado uma relação de mútua desconfiança entre pastores e igrejas. Para alguns, como sapos imersos na água que vai sendo aquecida, ela nem existe. No entanto, o número de vítimas vai se avolumando, tanto entre pastores como entre igrejas locais. Em nosso meio, cresce tanto o descrédito na figura do pastor — seja por situações de descaso no trato da igreja, seja por escândalos que se tornaram públicos — como o número de seminaristas e jovens pastores que caminham para a sua primeira experiência ministerial diante de uma comunidade cristã pensando em como ali viver sem deixar-se ferir mortalmente.

Creio que essa relação de mútua desconfiança tem origem numa crise de identidade em que tanto pastores como igrejas se vêem envolvidos na atualidade. Os pastores, cercados por uma sociedade secularizada, que não valoriza sua vocação e seu serviço, são interiormente pressionados a provarem seu valor por meio de cursos acadêmicos, cargos eclesiásticos, estabilidade financeira ou ministérios espetaculares. Por sua vez, as igrejas locais são alvos do assédio de uma pluralidade de metodologias pragmáticas mais preocupadas em fazer clientes ou franqueados do que em contribuir para que, por meio de um pensar teológico e missiológico, a comunidade venha a ser tão-somente aquilo que Deus quer que ela seja.Afinal, o que somos?

Em meio a esse cenário, boa parte de nossos pastores, principalmente aqueles das igrejas reformadas e pentecostais históricas, estão envolvidos por uma cultura eclesiástica que os transforma em uma espécie de capelão hospitalar. A igreja se vê como um grande hospital e seus membros, conseqüentemente, como pacientes que ali estão para serem visitados, consolados e bajulados. Todos esperam que o pastor, com suas visitas diárias e suas mensagens semanais, amenize as dores geradas pelos problemas da vida e promova consolo e encorajamento. Assim, todo serviço é desempenhado pelo pastor, e seu desempenho é avaliado pelo nível de bem-estar comunitário.

Esse modelo tem conduzido muitos pastores a uma profunda frustração. Embora parte da vocação pastoral encontre seu exercício no consolo dos que sofrem e no acompanhamento daqueles que passam por crises, é um reducionismo antibíblico afirmarmos que isso seja sua totalidade. Além do mais, esse é um modelo que, por um lado, gera no pastor a desumana condição da busca de sua aceitação no grupo por meio do constante e incansável serviço aos seus membros. A relação torna-se condicional e unilateral. Por outro lado, gera na igreja uma dependência doentia de seu “capelão” com sua complacente presença, sua capacidade única de ler e compreender a Palavra, e sua suposta oração com poder diferenciado.

Nesse contexto, o pastor passa a se sentir duplamente pressionado: internamente, pela frustração em estar diante de uma igreja que, à parte de uma visão bíblica acerca de sua natureza, insiste em se enxergar como um grande hospital e exigir dele um trabalho de mera manutenção do bem-estar comunitário; externamente, pelas constantes comparações de seu ministério com as muitas histórias e estatísticas dos “pastores de sucesso” e suas metodologias infalíveis para o crescimento da igreja. Esses dois fatores, o interno e o externo, acabam por levar alguns pastores a se renderem a algum modelo pragmático por meio do qual, de passivos capelães, passam a ser arrojados empresários.

Assim, diferentemente da figura do capelão, aqui o pastor é o homem de visão, que, com carisma pessoal e grande habilidade, articula idéias e mobiliza pessoas em torno de seus sonhos. Estabelecem-se propósitos, elaboram-se estratégias, dividem-se tarefas, fixam-se prazos, tudo segundo o manual e em plena confiança no método. A igreja, gradativamente, torna-se uma pequena (ou grande?) empresa para prestação de serviços religiosos que, diante de seu público consumista, precisa constantemente inovar os programas e ampliar seu portfólio de serviços. Os crentes tornam-se clientes, e tudo é feito visando sua satisfação, incentivando-os a uma cultura utilitarista e uma espiritualidade imatura.

Embora a motivação possa até ser apontada como o desejo de um maior engajamento da igreja na missão de Deus na história, pastores e igrejas que se rendem a esse modelo geram dois tipos de anomalias. A primeira é a do pastor que, como o homem de visão, passa a enxergar sua comunidade local como a matéria-prima de sua própria realização pessoal. O objeto de seu pastoreio já não é a comunidade, mas sua própria visão. A segunda é a da comunidade local que, após construir caras estruturas para o exercício de sua suposta missão, passa a viver exclusivamente para a manutenção delas. Assim, o que era um meio torna-se o fim, e a missão comunitária passa a ser a manutenção das estruturas de poder.

Ambos os modelos, o do capelão e o do empresário, têm gerado doenças na vida do pastor, da igreja e, conseqüentemente, na relação entre os dois. Se no modelo capelão as maiores vítimas são os próprios pastores, no modelo empresário, em geral, são as igrejas. Por isso, o reencontro tanto do pastor com sua vocação bíblica, como da comunidade local com sua vocação histórica são elementos imprescindíveis na restauração desse relacionamento.Quando lemos Efésios 4.11-13 encontramos:

E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo.
Diante da Palavra, somos levados a concluir que o propósito de Deus para os pastores e aqueles que se encontram diante de comunidades cristãs é capacitar os crentes para o ministério cristão e estimulá-los à maturidade da fé. Em nada isso se parece com qualquer tipo de relação subserviente ou opressora. Pelo contrário, a Palavra estabelece uma relação entre pastor e comunidade caracterizada pela capacitação, pelo crescimento e pela liberdade.
Diante disso, não existe melhor palavra para definir o trabalho pastoral dentro da perspectiva bíblica do que “mentoria”. Mentores não geram dependência por meio da subserviência, nem mesmo intimidam por meio do exercício do poder. Mentores, com o relacionamento e o ensino, tornam-se facilitadores para que aqueles que lhes foram confiados descubram, diante de Deus, a vocação que lhes foi dada e tornem-se homens e mulheres maduros na fé, cada dia mais parecidos com a pessoa de Jesus.

O reencontro com a vocação e a humanidade
Diante de casais em crise, muitas vezes é necessário que primeiramente cada um dos cônjuges se avalie para que depois a restauração do relacionamento seja viável. Creio que o mesmo acontece hoje entre pastores e igrejas. Nossos pastores precisam, em meio a tantas pressões da sociedade em que vivemos, reencontrar a essência de sua vocação pastoral. Da mesma forma, as igrejas locais precisam se libertar das demandas das metodologias e da ditadura do “ser espetacular” para redescobrirem sua natureza singela como comunidade de discípulos em missão no mundo.

Uma vez consolidado o reencontro do pastor com sua vocação bíblica e da igreja local com sua vocação histórica, precisamos dar ainda mais um passo: humanizar essa relação. Por um lado, os pastores precisam ter uma visão mais realista de suas comunidades. Como diz Eugene Peterson, “a igreja é uma comunidade de pecadores, pastoreada pelo maior deles”. Muitas de nossas frustrações, como pastores, decorrem do fato de que esperamos da igreja mais do que o próprio Deus espera dela. A igreja, por sua própria mensagem de graça, atrai para si pessoas tremendamente complicadas e não-resolvidas, assim como eu e você. É a esse grupo complicado que Jesus envia seus pastores quando diz: “Pastoreie meus cordeiros”.

Por outro lado, as comunidades locais também precisam reconhecer que seus pastores são pessoas, com virtudes e limitações. Numa relação humana, não existe como relacionarmo-nos apenas com as virtudes de alguém. A pessoa é uma totalidade e, paradoxalmente, possui certas virtudes porque algumas limitações também estão presentes em sua vida. Assim, em alguns momentos aquelas se sobressairão, enquanto em outros estas virão à tona. Mas, numa comunidade em que existem o compromisso com o amor e a busca pela maturidade, sempre deve existir a possibilidade de se tratar o outro — inclusive o pastor —, em suas limitações, com acolhimento, apoio e encorajamento.


Sobre o autor: Ricardo Agreste é pastor da Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera e Professor no Seminário Servos de Cristo em São Paulo.

Unção Extravagante - O engano da Benção de Toronto

Carta de Paul Gowdy – Ex-pastor da Vineyard em Toronto
Tradução: Pr. João A. de Souza Filho
Fonte: http://www.pastorjoao.com.br/

Levei nove anos até criar coragem e escrever este relato. Demorei porque não tinha convicção de que seria correto falar sobre as fraquezas do corpo de Cristo publicamente. Em segundo, porque tinha que fazer uma jornada espiritual de busca em minha alma e me convencer de que, o que havia ocorrido na Igreja Aeroporto de Toronto foi ruim ou pelo menos pior do que bom.

Durante alguns anos falei da experiência de Toronto como uma bênção misturada. Penso que James A. Beverly o chamou assim em seu livro “Risada Santa” e a “Bênção de Toronto 1994”. Hoje diria que foi uma mistura de maldição, concluindo que qualquer coisa boa que alguém recebeu através desta experiência pessoal é enormemente ultrapassada pela gravidade do mal e do engano satânico. Aqui residia meu grande dilema.
Tento viver a vida cristã no temor do Senhor e Jesus exortou-nos que um dos pecados sem perdão era a blasfêmia contra o Espírito Santo, isto é, atribuir a Satanás o que é de fato uma obra de Deus. Não quero correr o risco de admitir que a bênção de Toronto era de Deus ou de Satanás, mas creio que Satanás usou esta experiência para cegar as pessoas sobre as doutrinas históricas de Deus, em que o fruto cresce ao lado de uma vida de arrependimento, pois as pessoas não puseram a prova aquelas manifestações para saber se eram mesmo de Deus ou de espíritos enganadores, e não testaram para saber se as profecias eram mesmo de Deus.

Depois de três anos fazendo parte do núcleo da bênção de Toronto nossa Igreja Vineyard em Scarborough ao leste de Toronto, praticamente se auto-destruiu. Devoramo-nos uns aos outros com fofocas, falando mal pelas costas, com divisões, partidarismo, criticas ferrenhas uns dos outros, etc. Depois de três anos “inundados” orando por pessoas, sacudindo-nos, rolando no chão, rindo, rugindo, rosnando, latindo, ministrando na igreja Internacional do Aeroporto de Toronto, fazendo parte de sua equipe de oração, liderando o louvor e a adoração naquele local, praticamente vivendo ali, tornamo-nos os mais carnais, imaturos, e os crentes mais enganados que conheci. Lembro-me de haver dito ao meu amigo e pastor principal da igreja de Vineyard de Scaraborough em 1997 de que, desde que a bênção de Toronto chegou ficamos esfacelados. Ele concordou.

Minha experiência é de que as manifestações dos dons espirituais de 1 Coríntios 12 eram mais comuns em nossas reuniões antes de Janeiro de 1994 (quando começou a bênção de Toronto) do que durante o período da suposta visitação do Espírito Santo.

No período de 1992-1993 quando orávamos pelas pessoas experimentamos o que chamo de a verdadeira profecia, libertação e graça vindas de nosso Senhor. Depois que se iniciou a bênção de Toronto, os períodos de ministração mudaram, e as únicas orações que ouvíamos eram: “Mais, Senhor”; com gritos de “fogo!”, sacudidelas esquisitas do corpo, e expressões de “oh! uuu! iehh”.

Em 20 de janeiro de 1994 quinze pessoas de nossa igreja foram ouvir Randy Clark, pastor da Igreja Vineyard na Igreja do Aeroporto de Toronto. John Arnot (pastor da igreja do aeroporto) convidou-nos para ir até lá. Ele nos disse que Randy havia estado nas reuniões de Rodney Howard Browne e que a coisa estourou em sua igreja nas semanas seguintes. John esperava que algo acontecesse também entre nós. Ficamos felizes em nos dirigir até lá. Tínhamos uma igreja noutra localidade que havia começado em 1992. Era uma igreja do centro de Scaraborough, ligada ao grupo Vineyard, mas bem a leste da Igreja do Aeroporto. Éramos uma família grande e alegre. E porque éramos poucos tínhamos reuniões especiais, conferencias, etc.

No ano anterior a maioria de nossos líderes participou de uma curta viagem missionária à Nicarágua. Na ocasião gozávamos de muita comunhão uns com os outros. Desde que deixei de fazer parte das igrejas Vineyard li muitos comentários e análises críticas. Alguns escreveram que a bênção de Toronto era uma grande conspiração que trazia heresia ao corpo de Cristo. Minha convicção é de que a heresia e a apostasia são apenas o resultado, mas nada do que aconteceu ali era intencional. Estou convencido de que os líderes das igrejas Vineyard são pessoas sérias que experimentaram um novo nascimento, amam o Senhor, mas caíram no laço do engano. Não amou o Senhor o suficiente para guardar os seus mandamentos. Fracassaram por não obedecer as escrituras e se desviaram porque anelavam algo maior e grandioso, mais empolgante e dinâmico. Eu também cometi este pecado. Preguei sobre esta renovação na Coréia, no Reino Unido, nos Estados Unidos e aqui no Canadá, e estou profundamente arrependido ao escrever este relato, e peço-lhes que vocês, a noiva e o corpo de Cristo me perdoem. Especialmente os pentecostais e carismáticos, pois todos fazem parte de minha família teológica.

Sou um crente “evangelical”, sempre o fui e jamais cri que os dons espirituais cessaram no fim da era apostólica. Creio que minhas raízes evangélicas (minha família é de Batistas e eu tive uma experiência de conversão e novo nascimento na igreja Presbiteriana) começaram a abrir os meus olhos para os problemas com a chamada renovação. Hoje, olhando pra trás fico me perguntando como fiquei tão cego assim? Eu via as pessoas imitando cachorros, fazendo de conta que urinavam nas colunas da Igreja do Aeroporto. Observava as pessoas agirem como animais latindo, rugindo, cacarejando, fazendo de contas que voavam, como se asas tivessem, comportando-se como bêbados, entoando cânticos “sem pé nem cabeça”, isto é, sem sentido algum. Hoje fico perplexo em pensar que eu aceitava tais coisas como manifestações do Espírito Santo. Era algo irreverente e blasfemo ao Espírito Santo da Bíblia.

Naquele tempo pensava que, enquanto não ensinassem qualquer coisa que violasse as escrituras, o que experimentávamos e víamos podia ser encaixado no campo do que chamamos de exótico. É um zumbido de manifestações que não encontram justificativas na perspectiva bíblica. Ensinaram-nos nas pregações que tínhamos apenas duas opções: uma enfermaria pulsando a vida (de bebês) em meio a fraldas sujas e crianças chorando ou o cemitério, onde tudo está em ordem, mas só há mortos. Pastor jovem e inexperiente, optei pela vida no caos. Não percebia que Deus quer que amadureçamos e que cresçamos nele. Fiquei perturbado com a palavra profética que veio através de Carol Arnot (esposa do líder em Toronto), relatando-nos que tivera uma experiência de noiva ao ser conduzida à presença de Jesus. Ela afirmou que o que experimentou era muito melhor que sexo! Aquilo me perturbou e comecei a me perguntar: como alguém pode comparar o amor de Deus ao sexo?

Quando começamos a suspeitar de que os demônios estavam à vontade em nossos cultos, John Arnot ensinava que devíamos nos perguntar se eles estavam chegando ou saindo. Se estiver saindo deles, está bem! John defendia o caos afirmando que não devíamos ter medo de sermos enganados, pois se havíamos pedido ao Espírito Santo para nos encher; como Satanás poderia nos enganar?

Isto deixaria o diabo muito forte e Deus muito fraco. Ele afirmava que precisávamos ter mais fé num grande Deus que nos protegia do que num grande diabo que nos enganaria.

Tais palavras eram convincentes, mas totalmente contrárias as escrituras, pois Jesus, Paulo, Pedro e João alertaram-nos sobre o poder dos espíritos enganadores, especialmente nos últimos dias. Mesmo assim, não devotamos amor a Deus para lhe obedecer a palavra e, como conseqüência, abrimo-nos a ação de espíritos mentirosos. Que Deus tenha misericórdia de nós!

Finalmente a ficha caiu quando eu rolava pelo chão, certa noite, “bêbado no Espírito”, como costumávamos dizer, e ali, cantando e rolando no chão, comecei a cantar uma canção de ninar: “Maria tinha um cordeiro e seu pelo era mais alvo que a neve”. Cantei esta música infantil de maneira debochada e imediatamente alguma coisa em meu coração sussurrou que aquilo era um demônio [1]. Imediatamente me arrependi e fiquei chocado com aquela experiência. Como um demônio entrou em mim? Eu amava a Deus? Não era zeloso pelas coisas de Deus? Não era totalmente louco por Jesus? Percebi que um espírito imundo acabara de se manifestar através de minha vida e era culpado de um grande pecado. Depois disto me afastei da Igreja do Aeroporto (TACF). Não tinha convicção de que deveria denunciar aquelas experiências, mas senti que tínhamos fracassado em pastorear a bênção.

Depois que parei de freqüentar o TACF – Toronto Airport Church – tive que pastorear as conseqüências ou os frutos dali. Exemplo disto foi quando algumas pessoas voltaram de uma reunião e nos perguntaram se havíamos recebido a espada dourada do Senhor. Perguntei-lhes de que se tratava, imaginando que alguma palavra profética tivesse sido liberada em relação as escrituras, mas me responderam: “Não, não é a Bíblia; é uma espada invisível que somente os verdadeiramente puros poderão receber. Se for tomada de maneira errada, então será morto pelo Senhor. Mas, se você for santo o suficiente para recebê-la, então você poderá desembainhá-la pois ela cura Aids, câncer, etc. e produz salvação. A pessoa deve fazer gestos de ataque, imaginando ter em suas mãos esta espada invisível, avançando sobre as pessoas enquanto está em oração! Pensei: além do engano, a Igreja Aeroporto passou a fazer parte dos desenhos animados!

Esta “revelação” foi recebida pela Carol Arnott e depois repassada aos que eram mais santos. O mesmo aconteceu com as obturações de ouro. Pessoas de nossa congregação abriam a boca umas para as outras procurando os dentes de ouro que Deus colocara ali, para provar o quanto nos amava. Durante os anos que ali fiquei só ouvi uma vez uma mensagem de arrependimento pregada por um conferencista de Hong Kong, Jack Pullinger. A mensagem passou alto, bem acima de nossas cabeças, como um balão de gás; não estávamos ali para nos arrepender, e sim para fazer festa ao Senhor!

Depois de um ano na “bênção” preguei num encontro de pastores e falei: “Amigos, temos nos sacudido, nos arrastado pelo chão, rolamos por terra, rimos, choramos e adquirimos as camisetas da igreja. Mas não temos avivamento, nem salvação, nem frutos, nem aumento de evangelização, por isso, qual é a graça?”. Fui repreendido – afinal, quem era eu para anelar frutos quando o Senhor estava curando seu atribulado povo? Durante anos éramos legalistas, e Deus agora estava restaurando as feridas libertando-nos do legalismo. Aconselharam-me a não forçar o Senhor que os resultados apareceriam no temo certo.

Eu sabia que isto estava errado, pois o Senhor ordenou fazer discípulos de todas as nações. O argumento era: temos direito a um ano sabático, pois, quem sabe por quanto tempo Deus fará coisas novas e diferentes!Por fim, não comentei a controvertida questão da ordenação de mulheres. Pessoalmente acredito, pelas escrituras, que as mulheres não devem ser pastoras ou presbíteras numa assembléia local. Eu poderia estar errado quanto a isto e existe muito debate na igreja a este respeito, e esta era minha convicção, mas as igrejas Vineyard estavam ordenando todas as esposas de pastores para serem co-pastoras com eles. Sou a favor de mulheres no ministério, mas creio que o papel do ancião/presbítero/pastor local foi reservado aos homens. Não fui eu quem escreveu a Bíblia, mas pela graça de Deus quero obedecer-lha daqui em diante.Esta é minha história. Poderia continuar apresentando farta documentação dos excessos, loucuras, extravagâncias e pecados. Cantamos sobre o exército de Joel e o avivamento de bilhões como se fossem os dez mandamentos; e como sempre, parece que o avivamento já está chegando dobrando a esquina. No próximo mês, no próximo ano, etc. Jesus falou que, quando o Filho do homem voltar, encontrará fé na terra? Esta é a mensagem dominadora que tem sido ensinada em todo movimento profético, espiritual, especialmente do Vineyard. Às vezes imagino que eles pensam que vão dominar o mundo todo! Mas foi lá no Vineyard que aprendi uma frase de Paulo de que não devemos ir além da palavra escrita.

Concluindo, quero lamentar o dano, que eu pessoalmente perpetrei ensinando coisas que não são bíblicas. Eu me arrependo diante de vocês e diante de Deus. Eu não testei os espíritos quando a palavra ordena que assim seja feito. Todos os que estavam ali quando estas coisas começaram a acontecer sabem que o que escrevo é a verdade. Podem ter conclusões diferentes, especialmente se ainda promovem o “rio”.

Aos que estão no “rio” eu exorto; nadem para fora, existem coisas vivas na água que irão lhe atacar! Amo as pessoas da Igreja Aeroporto e o movimento Vineyard, mas penso que temos muitas contas a prestar; o Senhor lhes abrirá os olhos qualquer dia desses. Imagino que quando esta carta for publicada serei bombardeado por cartas de ambos os lados, alguns me condenando por ainda crer no ministério do Espírito Santo e andando no engano e alguns amigos antigos condenando-me por expor a sujeira ou por ser negativo com respeito a unção do Senhor. Bem, o Senhor conhece meu coração e por sua graça haverá de me guiar a toda verdade, pois quero conhecer a Jesus Cristo o crucificado.

Se você acha que estou no erro ore por mim para que o Senhor me abra os olhos, pois quero estudar a palavra e me tornar varão aprovado. Peço a todos os que lerem esta carta que orem para que o Senhor abra os olhos daqueles que estão sendo enganados. Quer sejamos líderes ou seguidores, somos amados de Deus e ele é um Deus perdoador. Ele afirma que se confessarmos nossos pecados ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.

Creio que somos como a igreja de Laodicéia; pensamos que somos ricos, prósperos e sem necessidade alguma, e, no entanto não percebemos que estamos cegos e nus. Precisamos levar a sério o conselho de Jesus comprando ouro refinado no fogo (que fala do sofrimento e não de espíritos enganadores), vestiduras brancas para cobrir nossa nudez e colírio para os olhos para poder ver outra vez.

O Senhor nos chama ao arrependimento, e graças ao Senhor pelo que ele é, pois nos conduzirá e nos restaurará ao Pai. Se Deus me perdoou e abriu os meus olhos então poderá agir a favor de todos os que estão no engano.

Termino com o alerta de Paulo que permaneçamos firmes para não tropeçarmos em coisa alguma. Sinceramente, Paul Gowdy.

Esta carta foi traduzida e publicada com a autorização de Paul Gowdy e pode ser lida na integra nos site:

Nota:[1] Ele se refere a canções de Jardim da Infância, ou Nursery Rhyme, em que, nos contos de fada as crianças aprendem a falar cantando linguagens infantis, e refere-se especialmente a Mary had a little Lamb, uma das mais conhecidas.

terça-feira, 3 de março de 2009

Comunhão Cristã – O Relacionamento Interpessoal na Igreja


“Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum.” (At. 2.44).

1. O Que é Comunhão?
A palavra comunhão na língua portuguesa significa a participação comum em crenças e idéias. No NT a palavra usada pelos escritores sacros para comunhão é koinonia, e significa literalmente compartilhar aquilo que temos em comum e, neste contexto, a palavra é usada no sentido de compartilhar com o propósito de edificar ou melhorar uns aos outros.

O pastor Fernando Fernandes autor do artigo ‘Viver em Comunhão’ publicado no site Bíblia World Net, descreve comunhão da seguinte maneira:

“No Novo Testamento, a comunhão cristã é expressa pelo termo koinonia, sendo o vínculo que interliga sinergicamente os cristãos uns aos outros, a Cristo e a Deus.”

“Koinonia é o espírito do compartilhar gracioso em contraste com o espírito egoísta que deseja tudo para si próprio, a pleonexia, que é a cobiça gananciosa comum ao mundo sem Deus.”

“O termo koinonia ocorre cerca de dezoito vezes no Novo Testamento e sempre está relacionada à convivência cristã em sua amplitude, pelo que percebemos que a koinonia deve ser uma característica peculiar da igreja evangélica, bem como um sinalético existencial do cristão autêntico.”

2. Ingredientes Para Um Cultivo Saudável da Comunhão Cristã.

a) Amor. Querer bem ao próximo, tratando-o com carinho. O amor é um atributo divino, oferecido e compartilhado ao homem, para esse relacionar-se qualitativamente com outras pessoas, tendo oportunidade de demonstrar afetuosidade e apreço.

“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.” (Rm. 12.10).

“A ninguém devais coisa alguma, senão o amor recíproco; pois quem ama ao próximo tem cumprido a lei.” (Rm. 13.8).

“O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.” (Rm. 13.10).

“Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” (Gl. 5.14).

“Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há tropeço.” (1 Jo. 2.10).

b) Respeito. Qualquer indivíduo merece ser tratado com atenção e consideração, independente de sua cor, grau de instrução ou posição social. Entre essas pessoas, o grupo mais desprezado neste quesito são os idosos, num total desrespeito à pessoa humana e também uma grave desobediência à Palavra de Deus.

“A glória dos jovens é a sua força; e a beleza dos velhos são as cãs.” (Pv. 20.29).

“Ora, rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, presidem sobre vós no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obras. Tende paz entre vós.” (1 Ts. 5.12-13).

“... e consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.” (Hb. 10.24).

“Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.” (Rm. 13.7).

c) Suporte. É uma qualidade que não pode ser confundida com tolerância, pois, como uma das ações essenciais para a saudável comunhão cristã, suportar é a capacidade de oferecimento voluntário e espontâneo que o crente possui para sustentar os mais fracos na fé. Portanto, dá-nos uma clara idéia de um tipo de esteio que suporta uma pesada e frágil parede, impedindo-a de cair e se espatifar ao chão.

“Nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.” (Rm. 15.1).

“Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam. Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor.” (Ef. 4.1-2).

“Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou.” (Cl. 3.13).

d) Humildade. Qualidade extremamente importante no caráter de qualquer pessoa. A humildade é a virtude que manifesta o sentimento de nossa fraqueza. É a forma simples, modesta e equilibrada como alguém age e define a si mesmo.

“Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.” (Lc. 14.11).

“Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.” (Rm. 12.3).

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.” (Fl. 2.3).

“Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.” (Fl. 4.12).

“Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (1 Pe. 5.5).

e) Compaixão. A Wikipédia traz a seguinte definição para o termo:

“Compaixão (do latin compassione) pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem; não deve ser confundida com empatia. A compaixão freqüentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outra pessoa, bem como demonstrar especial gentileza com aqueles que sofrem. A compaixão pode levar alguém a sentir empatia por outra pessoa. A compaixão é freqüentemente caracterizada através de ações, na qual uma pessoa agindo com espírito de compaixão busca ajudar aqueles pelos quais se compadece.”

“A compaixão diferencia-se de outras formas de comportamento prestativo humano no sentido de que seu foco primário é o alívio da dor e sofrimento alheios. Atos de caridade que busquem principalmente conceder benefícios em vez de aliviar a dor e o sofrimento existentes são mais corretamente classificados como atos de altruísmo, embora, neste sentido, a compaixão possa ser vista como um subconjunto do altruísmo, sendo definida como o tipo de comportamento que busca beneficiar os outros minorando o sofrimento deles.”.

“E, Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos.” (Mt. 14.14).

“Então Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo viram; e eles o seguiram.” (Mt. 20.34).

“Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo, e não têm que comer.” (Mc. 8.2).


3. Vivendo em Paz.

Viver pacificamente numa comunidade, por menor que esta possa ser, constitui num dos grandes desafios do homem em todas as épocas de sua existência, apesar deste ter sido, desde a sua criação, feito para ser fértil, comunicativo e associável.

A Bíblia está repleta de narrativas de desentendimentos familiares que resultaram em violentas guerras. Sedições e rebeliões que custaram a vida de milhares de pessoas.

A obediência a Deus e a comunhão que o homem exercita diariamente com Ele, pode servir de norte para relacionamentos de melhor qualidade com o próximo. É impossível a um cristão alcançar testemunho favorável de Deus, com sendo um adorador fiel, se ao mesmo tempo esteja infligindo aborrecimentos e dissabores ao seu irmão.

A presença e a ação constante do Espírito Santo na vida do crente, proporciona-lhe condições de manter relacionamentos interpessoais mais sadios, sem a presença do ódio, da inveja e das traições, ações que são comuns aos que vivem de maneira a agradar à carne, através do orgulho e do egocentrismo.

“Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” (Rm. 12. 18).

“Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros.” (Rm. 14.19).

“Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco.” (2 Co. 13.11).

Jesus Breve Virá!

Conflito Entre Palestinos e Israelenses









É INCRÍVEL A CAPACIDADE HUMANA DE AUTO DESTRUIÇÃO.
VIVA A INTELIGÊNCIA HUMANA!